Última Pétala
A obra traz uma reflexão sobre a relação do tempo com a vida, partindo da premissa de que a vida e, consequentemente o tempo de cada um, é finito. Algumas questões que surgem ao ponderarmos sobre a escultura são: Como temos apreciado nosso tempo vivido? Nossas escolhas estão alinhadas com nossos objetivos?
Muitas vezes enfrentamos dificuldades ao longo da vida e nos deparamos com situações complexas. Frequentemente, quando isso acontece, deixamos nossos sonhos, objetivos e ideias em segundo plano. Mas o tempo não para e quando você perceber podem ter passado meses e anos e não há como voltar ao passado.
A carpa possui uma presença de destaque na escultura, ocupando grande parte na obra. Na simbologia oriental, ela representa força e resistência – já que nada contra a correnteza; mesmo com as adversidades, ela persiste e esgota suas forças em busca do seu objetivo.
O relógio possui as últimas pétalas ainda restantes de toda a flor que o cobria. Estes elementos estão ali justamente para nos comunicar que, conforme o tempo passa, se não tomarmos as decisões de maneira sábia para aquele determinado momento, podemos ver nossos anseios se esvaindo aos poucos. Ressalta-se que, sobre o tempo, não temos controle algum, já sobre nossas ações dentro do tempo que temos, temos total domínio.
A árvore representa a vida e os galhos significam infinitas possibilidades, por isso não há necessidade de se preocupar caso estejamos trilhando um caminho diferente do que é esperado ou se não usufruímos das oportunidades que nos foram dadas no passado. Não há tempo para lamentações e sim para perceber que existem muitas oportunidades para fazermos e sermos diferentes no futuro.
Na base da obra encontramos alguns elementos pequenos que complementam toda a ideia da peça. As casas com arquitetura oriental reforçam a simbologia da carpa e saindo das casas e se conectando com a árvore, encontramos uma grande escada que representa o nosso tempo finito, pois nos leva ao inevitável destino final.
Enfim, todos temos um prazo e é verdade que não sabemos quando o nosso prazo irá expirar, e aí reside a importante tarefa de entender a complexidade de viver. Podemos regar uma flor todos os dias e mantê-la formosa como és ou podemos deixar que ela se vá aos poucos, até que caia a última pétala.
“Last Petal”, 2021
Video size: 1080×1350
Sculpted by Fábio Nishikata